terça-feira, 13 de setembro de 2011

Números melhores. E os alunos?

Adiante, texto veiculado hoje (terça-feira, 13/9) na seção 'Papo com os Editores', do jornal 'A Tribuna'.

Prometo me esforçar para vir aqui mais vezes. Como as últimas semanas têm sido agitadas, o blog anda meio abandonado...

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A divulgação dos resultados da edição 2010 do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) causa boa impressão, à primeira vista: em termos gerais, melhoraram as notas atribuídas às escolas da Baixada Santista, na comparação com a prova do ano anterior. Nos estabelecimentos públicos, a evolução dos estudantes foi superior à dos alunos da rede particular.

Há, porém, um aspecto a considerar: a região não tem nenhuma escola entre aquelas que obtiveram as 100 melhores notas no País.

Por que a Baixada deveria estar nessa lista tão seleta? Numa região entorpecida pelas promessas de crescimento advindas da futura exploração de gás e petróleo na Bacia de Santos, exigem-se colégios capazes de formar alunos preparados para o Ensino Superior. É para esses futuros profissionais que se reservam os empregos mais qualificados e de melhor remuneração.

Obviamente, nem todos estarão aptos ou desejarão trabalhar em funções técnicas no setor de combustíveis. Mas melhor preparo escolar significa maior possibilidade de sucesso na busca pela vaga em uma faculdade, qualquer que se deseje cursar.

Nove meses atrás, ´A Tribuna´ publicou reportagem com base em um indicador oficial: o Índice Paulista de Responsabilidade Social (IPRS), aferido pela Fundação Seade (estadual), que classifica as 15 regiões administrativas do Estado no que se refere a riqueza, longevidade e escolaridade.

No IPRS de 2008, o mais recente, a Baixada Santista amargou a penúltima colocação em nível escolar – nota 62, numa escala de zero a 100, superando somente o Vale do Ribeira; ainda assim, apenas um ponto acima dessa que é a região mais pobre de São Paulo.

É de se esperar que o anunciado plano da Secretaria Estadual de Educação, de trabalhar para fazer da rede estadual paulista um dos “melhores sistemas educacionais do mundo”, seja aplicado em tempo hábil para que a diferença de resultados para as escolas privadas diminua, e os estudantes menos favorecidos da região não formem uma geração frustrada pela ausência de perspectivas.

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